A minha melhor lembrança do Parque Nacional da Chapada das Mesas inclui banho de cachoeira, trilha em caverna e voo das andorinhas. Tudo ao mesmo tempo em instantes mágicos.
O Parque Nacional da Chapada das Mesas é um dos mais novos do Brasil, foi decretado em 2005 para proteger o cerrado e as duas principais atrações: Cachoeira de São Romão e Cachoeira da Prata. Como o parque nacional ainda está sendo estruturado e as cachoeiras estão em áreas desapropriadas, os últimos proprietários ainda istram e cobram a entrada dos visitantes. Também oferecem uma estrutura caseira de restaurante e banheiros.
Momento mágico no voo das andorinhas
Ao todo são 160 mil hectares de areia fofa, rochas de arenito e vegetação mais densa nas margens do Rio Farinha. Afluente do Rio Tocantins que dá origem às quedas d’águas. As estradas são de terra esburacada com muita poeira, algumas pontes, plantas típicas do cerrado e cerro lembrando figuras instigantes de animais e pessoas. No caminho, as porteiras das antigas fazendas nos obrigam a enfrentar o calor fora do carro, mas todo o esforço é recompensado ao sentir o vapor e a energia daquelas águas.
Cachoeira da Prata 2w50h
Lado esquerdo da Cachoeira da Prata
A primeira parada foi na Cachoeira da Prata, na verdade, um complexo de quedas d’água começa no estacionamento e tem seu auge depois de uma pequena trilha. Encontrei um rio agitado não recomendado para banho pela quantidade de pedras e correnteza. Ali o Rio Farinha se dividia em duas quedas de 26 metros porque era período de seca. Dependendo do volume d’água vira uma cachoeira única e nem pode chegar tão perto.
Lado direito da Cachoeira da Prata
Cachoeira São Romão 6i6y6m
Ponto até onde o turista pode chegar
Mais um pouco de poeira na estrada e alcançamos a Cachoeira São Romão. A maior do Estado do Maranhão com 33 metros de largura e 22 de altura. Pode ser apreciada por diversos ângulos e trazer sensações como paz, medo e adrenalina conforme a posição. De cima percebe-se o volume, a altura e o arco íris. De frente o vapor refresca de longe e faz sorrir durante o banho de rio. Por dentro vem a dificuldade de uma trilha curta, porém escorregadia, onde é impossível se manter seco.
A seguir um relato incrível de um eio não mais autorizado no parque para proteger as andorinhas, quando visitei era permitido, agora só pode chegar até o início da caverna (foto ao lado) que também vale a viagem. E poder contar essa aventura é só um dos bons motivos de visitar um lugar antes dele ficar famoso.
Foto da Semana #164 São Romão 3em1x
Na lateral da cachoeira, tem uma trilha escorregadia que leva para uma caverna atrás da queda. Além do banho revigorante, centenas de andorinhas davam rasantes para entrar e se acomodar nas pedras. Eu achei o máximo, mas o pessoal de lá disse que no inverno deles (verão pra nós) são milhares e fica ainda mais espetacular.
Em alguns trechos é preciso proteger o ouvido tamanha a força da água caindo na cabeça. Então vem a caverna escura com a visão de cinema da cachoeira, o banho revigorante e a euforia de ver centenas de andorinhas, contra o movimento da águas, rumo à caverna. Pensando na preservação do lugar e segurança dos turistas, não é mais permitido entrar na caverna. Mas a trilha para chegar perto ainda continua a mesma.
Observar as andorinhas do interior da caverna requer um pouco de sorte porque elas não dão o ar da graça para qualquer um. O fenômeno só acontece em época de seca. Quando chove muito, a trilha fecha, contudo, o show delas continua e a quantidade de aves aumenta. Mesmo assim, me senti privilegiada e desejo que possa sentir a mesma emoção exibida no vídeo quando for a Chapada das Mesas.
Onde comer: nas duas cachoeiras tem estrutura rústica para opções limitadas a serem encomendadas antes de começar a caminhada, a refeição é servida na volta. Meu almoço foi caseiro e saboroso na Cachoeira de São Romão enchendo o prato direto na a do fogão.
Quem leva: fiz o eio de um dia em 180 km ida e volta de Carolina com a Cia do Cerrado. A presença do guia é obrigatória e apenas veículos 4×4 chegam até lá.
Quando ir no Parque Nacional da Chapada das Mesas: em todas as épocas vale a pena. Se entrar na caverna for o objetivo, deve ser entre junho e outubro ou se chover pouco. Fui em julho e achei perfeito. Apesar de ser alta temporada, não havia nenhum outro turista em uma tarde de quinta-feira. Tive toda a praia só pra mim.
Além da Cachoeira de São Romeu, visitar o Santuário da Pedra Caída foi o segundo momento de maior euforia na viagem. E não foi só meu momento, o guia Wellington já viu esses cenários várias vezes e continuava empolgado.
O eio e as entradas nas cachoeiras foram cortesias.
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Comunicadora, idealizadora deste site, fotógrafa e guia de turismo. Há 18 anos relata suas experiências de viagem focando em cultura e aventura. Saiba mais na página da autora. Encontre no Instagram
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2 Comments 31293h
Aqui é a Isabella Dos Anjos, eu gostei muito do seu artigo seu conteúdo vem me ajudando bastante, muito obrigada.
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