Visitar museus é viajar no tempo, no espaço, no inconsciente, na cultura e nos lugares onde talvez nunca conheceremos pessoalmente. E, claro, é uma opção de lazer perfeita para aqueles dias chuvosos, tanto para quem está em viagem de férias quanto para ser turista na própria cidade.
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Tem gente que acha chato, outros não entendem, alguns vão só pelo prédio ou exposição. Eu vou pelo conjunto e busco sensações porque, no meu entender, toda obra de arte que nos faz sentir apreço ou repúdio, alegria ou tristeza, incômodo ou leveza tem seu mérito. E quando não compreendi nada (é comum mesmo pra frequentadores ativos), mas algo instiga minha curiosidade, me informo sobre a história do artista e suas motivações. As vezes continuo sem entender e sigo adiante, em outras começa a fazer sentido. Principalmente quando é referente à algo que já vivi ou lugares por onde ei. O que acho errado é a pessoa deixar de ir por acreditar que não vai gostar. Nunca se sabe e quando vamos despretensiosos, estamos mais abertos às boas surpresas.
Neste momento estou em Curitiba e a motivação para escrever este texto veio durante a visita solitária ao Museu Oscar Niemeyer (MON). Prestava atenção nas obras e nas pessoas quando ouvi uma mulher dizer: “Esta não quero ver! Não entendo nada desses rabiscos de arte moderna!” Ela deu as costas e seguiu para outra sala. Eu não conhecia o artista, nem gostei do primeiro quadro, mas a introdução na parede convidava para a retrospectiva da obra do mais universal dos artistas cubanos que conquistou seu espaço e viveu o movimento surrealista na Europa dos anos 40. Ou seja, arte moderna só se for no século ado! Fã do surrealismo e da cultura latina, além de já ter presenciado um pouco da realidade cubana, tive certeza que seria um bom aprendizado descobrir quem é Wilfredo Lam. Assim foi e o video final tirou qualquer dúvida. Percorri os quadros novamente e observei tudo com outros olhos, gostando bastante do que via e pensando em como a mulher perdeu na sua pré avaliação.
Sustentação do olho, área de destaque no MON
O Museu Oscar Niemeyer – MON 5l3d6d
Um dos cartões postais de Curitiba é atracão indispensável só pelo prédio desenhado pelo arquiteto que dá nome ao museu. São 12 espaços de exposição, auditórios, café, pátio e loja a um preço ível para apresentar os grandes nomes das artes visuais, design, arquitetura e urbanismo. O olho (área principal) estava em montagem, mas aberto para ver a estrutura e deve ser interessante ver algo ali. Pena não estar na cidade até a abertura.
Mesmo sem ter visto a programação previamente e encontrar algumas salas em montagem, me emocionei com três exposições. Já foi suficiente pra ter a certeza que sempre vou conferir a agenda quando ar por Curitiba. Deixo abaixo o que recomendo apreciar se estiver por lá nas próximas semanas:
Exposição fotográfica
WILFREDO LAM: O ESPIRITO DA CRIACAO A exposição recolhe obras de períodos dos anos 30 até os 70 em uma coleção de 80 obras, todas do acervo do Museu de Belas Artes de Cuba. Até 13/09/2015.
OBRAS SOB A GUARDA DO MON Oportunidade de conhecer algumas obras apreendidas na Operação Lava Jato. São cerca de 50 obras de artistas como Di Cavalcanti, Iberê Camargo, Salvador Dalí, entre outros. Até 01/11/2015.
AUDÁCIA CONCRETA: AS OBRAS DE LUIZ SACILOTTO É uma inédita retrospectiva do artista concretista Luiz Sacilotto compostas entre 1949 e 2003. Quem já estudou desenho vai lembrar das aulas de geometria descritiva e composição. Até 04/10/2015.
A UNIÃO SOVIÉTICA ATRAVÉS DA CÂMERA Vários fotógrafos da antiga União Soviética narram por meio de imagens a história do país entre 1956 e 1991, quando teve fim a URSS. Até 25/10/2015.
Em montagem está a BIENAL INTERNACIONAL DE CURITIBA que acontece entre 03/10/2015 e 14/02/2016.
Exposição sobre concretismo brasileiro
Tome Nota MON 625u10
Museu Oscar Niemeyer fica rua Marechal Hermes, 999 e funciona de terça a domingo das 10h às 18h. Quintas até 20h e grátis aos domingos pela manhã.
Vá pra frente do olho no pôr do sol e registre o momento.
Hotel em Curitiba: ei três dias hospedada no San Juan Royal que fica poucas quadras do MON.
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Comunicadora, idealizadora deste site, fotógrafa e guia de turismo. Há 18 anos relata suas experiências de viagem focando em cultura e aventura. Saiba mais na página da autora. Encontre no Instagram
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2 Comments 31293h
adoreiiii guriaa… amo o MON e vou la sempre que tem alguma exposição nova….
Muito bom! O MON inspira por dentro e por fora e vale realmente uma visita 😉